Comunidade em Foco - Grant Stoner

abr. 29, 2022 - Hippy

Todos os Comunidade em Foco foram importantes. Cada Guardião agrega algo único à nossa comunidade, e esta é nossa forma de agradecer por você fazer parte dela. No Comunidade em Foco mais recente, as coisas vão para o lado pessoal. 

Como uma jogadora com esclerose múltipla (EM) – doença do sistema nervoso que afeta mobilidade, coordenação, visão, entre outros –, e ex-jornalista que já cobriu como é a interseção da perspectiva de pessoas com deficiência e da indústria de jogos, sempre fui apaixonada pelo aprofundamento da acessibilidade nos videogames. Por isso, é com imenso prazer que apresento Grant Stoner: escritor que vocês talvez tenham visto em algumas das maiores publicações do mundo, como IGN e Fanbyte, e que faz muito barulho quando se trata de educar este espaço sobre o que significa dizer "jogos são para todos".  

Ele também é uma fera quando o assunto é acabar com os inimigos em Destiny 2. 

Grant! É um grande prazer ter você aqui! Antes de começarmos, conte à comunidade de Destiny 2 quem você é (e como está)!  

Olá! Sou um jornalista de jogos freelance especializado em examinar a acessibilidade e a perspectiva das pessoas com deficiência. Meus artigos destacam as inovações de acessibilidade dos estúdios, analisam jogos quanto à acessibilidade para alguém com uma deficiência física e, mais importante, destacam vozes de pessoas com deficiência e dão espaço a elas. Meu objetivo como escritor é mostrar à indústria dos jogos que histórias que envolvam as pessoas com deficiência não são "inspiradoras" ou "de nicho". As pessoas com deficiência merecem o mesmo reconhecimento e respeito que as pessoas que não têm deficiência. 

E como estou? Estou CANSADO. 

Você já fez trabalhos incríveis na indústria dos jogos, com contribuições para muitas publicações grandes. Pode falar um pouco sobre sua jornada no jornalismo de videogames e no trabalho com acessibilidade? Como você começou?  

Na infância e na adolescência, eu sempre quis ser um jornalista de jogos. Sempre foi meu sonho escrever para publicações e entrevistar desenvolvedores. Quando eu estava na graduação, entrei para o jornal da faculdade, onde meu trabalho principal era analisar jogos. Ainda assim, eu evitava ativamente escrever sobre acessibilidade e a experiência das pessoas com deficiência por causa do meu próprio capacitismo internalizado. Então, um dos meus melhores amigos (que ainda é um dos meus melhores amigos!) queria que eu analisasse o Nintendo Switch para a publicação dele, mas disse que só publicaria meu artigo se eu analisasse a acessibilidade do sistema. Relutantemente, eu fiz isso. Alguns meses depois, minha análise conquistou o segundo lugar nos Keystone Press Awards. Desde então, decidi me esforçar para me concentrar exclusivamente em acessibilidade e em vozes de pessoas com deficiência. Depois de terminar meu mestrado em 2019, eu me juntei ao Can I Play That como Editor de Mobilidade, e o resto é história! 

Obrigada por mencionar sua luta inicial com o capacitismo internalizado, acho que muita gente se identifica com isso. É uma jornada! Com todo o trabalho que você faz, o que espera do futuro da acessibilidade nos jogos? Como observa o progresso dos últimos anos?  

Quero que as pessoas com deficiência possam jogar o máximo possível de jogos sem lidar com barreiras não intencionais frustrantes. Barreiras não intencionais são mecânicas em jogos que não são implementadas de maneira intencional pelos desenvolvedores, mas que causam os maiores problemas para os jogadores com deficiência. Faço isso profissionalmente desde 2019, e desde então houve um aumento de conscientização e de disposição dos estúdios quanto à criação de experiências acessíveis. Cada vez mais estúdios incluem menus abrangentes de acessibilidade, desenvolvem os jogos desde o início pensando na acessibilidade sem precisar de muitas opções alternativas, contratam consultores de acessibilidade e trabalham com escritores com deficiência para discutir as invenções e contribuições mais recentes. Ainda há muito trabalho a ser feito, mas é realmente incrível ver o quanto os desenvolvedores têm se importado com isso nos últimos anos. 


Temos algumas coisas em comum, então sei que ser uma voz que fala da acessibilidade dos jogos nesta indústria pode ser um trabalho muito cansativo às vezes. Você sente esse cansaço? Como o supera e segue em frente?  

Eu vivo cansado, mas acho que principalmente por eu ser freelancer, então nunca tenho tempo para descansar! [risos] Além do meu próprio cansaço pessoal, é muito cansativo precisar continuamente provar à indústria dos jogos por que as pessoas com deficiência merecem jogar e por que as pessoas com deficiência não são seres lendários inspiradores usados para fazer as pessoas que não têm uma deficiência se sentirem melhor quanto a elas mesmas. Isso acontece especialmente quando lido com o "discurso da dificuldade" que volta e meia continua a dar as caras feias, como recentemente mostrou o lançamento de Elden Ring e seu nível de dificuldade. Eu escrevi sobre isso, meus amigos escreveram e gravaram vídeos sobre isso, mas as pessoas se tornaram tão reacionárias aos tópicos relacionados à dificuldade dos jogos que às vezes lidar com isso se torna cansativo. Dito isso, adoro entrevistar outras pessoas com deficiência e dar espaço à voz delas. Eu tenho a oportunidade de fazer com que sejam a estrela de um artigo específico. Eu tenho a oportunidade de proporcionar a elas uma plataforma em que podem discutir o que funciona e o que não funciona e, principalmente, falar sobre por que amam jogar. Porque, no fim das contas, o que importa não sou eu, mas as pessoas que eu destaco. 

Tá bem, tá bem, olha só. Tentei não falar de Destiny desde o começo, mas mal posso esperar para jogar com você, então preciso saber a resposta da indagação mais importante já perguntada na história: Com que classe você joga?  

Arcano. Mais especificamente, Vácuo 3.0. Eu jogo de Arcano desde o Destiny original! Nas temporadas anteriores, eu jogava com estase e Mexer os Dedinhos. Eu adorava Alcance do Caos, mas foi nerfado a dar com o pau. Juro que não guardo rancor. 

Fico triste em não termos você na Equipe Titã, mas tudo bem. Feiticeiros espaciais são os top das galáxias.  

Uma das melhores partes deste trabalho é ver a variedade de reações da comunidade, que revelam algumas teorias da conspiração malucas sobre a história até agora e para onde ela vai. Então seria quase ilegal eu não perguntar: qual é a teoria mais pirada que você já ouviu? Você tem alguma ideia criativa sobre o caminho que vamos tomar?  

Não é bem uma teoria, mas eu queria muito ver Zavala e Caiatl assumirem os sentimentos que têm um pelo outro. Tipo, todo mundo tá vendo, sabe? Agora falando sério, estou começando a pensar que o Viajante não é uma força do bem e acho que as novas expansões vão abordar como ele é uma ferramenta de destruição disfarçada de estandarte da esperança. 

Tenho certeza de que até as pessoas que estão lendo ouviram meu gritinho animado quando você mencionou Zavala e Caiatl, eu adoro esse casal (não oficial)! Falando no que está por vir (em uma transição meio abrupta), se você pudesse criar a subclasse perfeita, completamente do jeito que você quisesse, sem qualquer questionamento, como seria essa subclasse?  

Alcance do Caos 2.0 em que todas as habilidades simplesmente disparassem um raio gigante. Granada? Raio laser gigante. Corpo a corpo? Outro raio laser gigante. Super? Dois raios laser gigantes. Na verdade, provavelmente uma subclasse venenosa que espalhasse dano gradual. Arcanos são muito poderosos para controlar grandes grupos inimigos, mas acho que uma classe que cause nada além de dano gradual e tenha habilidades de área de efeito que se espalham pelos inimigos seria muito legal! 

Sim, mas você me convenceu com a história do laser gigante! Outra coisa que eu adoro no seu trabalho é que conseguimos sentir sua personalidade em todo ele, então a próxima pergunta é completamente egoísta porque quero saber o que você acha: quem é o personagem do universo de Destiny com quem você mais se identifica, e por quê? 

Não sei se me identifico completamente com alguém do universo de Destiny, mas sou grato ao jogo por ter me levado ao meu clã! Eles são alguns dos meus melhores amigos e sempre brincamos e nos apoiamos como podemos. Sem Destiny, eu não teria me conectado com eles! 

Certo. Pelo jeito, chorar está no menu de hoje, porque isso foi emocionante. Tem alguma coisa que você quer que volte a Destiny 2 ou algo que gostaria de ver evoluir para alguma coisa diferente?  

Vocês trouxeram a Xenófaga de volta, então não tenho absolutamente nada a acrescentar (Alcance do Caos, já disse o suficiente).  

Touché.  

Muito obrigada por passar um tempo conosco hoje, foi muito divertido! Antes de irmos, pode falar de quem você quiser apoiar. Além disso, onde o pessoal pode encontrar você para conferir alguns dos projetos em que trabalha? 

Uma das coisas que mais quero mudar com meu trabalho é que a indústria veja além do punhado de pessoas com deficiência que sempre são mencionadas. Isso com certeza não é uma crítica a essas pessoas, muitas delas são amigos muito próximos! Porém, como as deficiências e a experiência com elas são aspectos muito pessoais, a única forma de progredir quanto à acessibilidade é ouvir o máximo possível de vozes. Então, incentivo todo mundo a conferir o trabalho de gente como Carlos Vasquez, Chris Robinson, Erin Hawley, Mike Legum, Kristie Matheson, Neera Burner, James Rath, Sherry Toh e você, Hippy! Mas além de todo mundo que eu listei, eu imploro à indústria dos jogos que continue a buscar vozes de pessoas com deficiência. Se quiserem mesmo fazer a diferença, comecem a incluir o máximo possível de pessoas. 

E se vocês quiserem me acompanhar e acompanhar meu trabalho, me sigam no Twitter! Só que preciso avisar que na maior parte das vezes eu grito sobre POKÉMON e jornalismo. 



Então é isso aí, mais um Comunidade em Foco fenomenal concluído! Agradeço ao Grant por se juntar a nós hoje e compartilhar sua história. Não se esqueça de conferir o trabalho dele! 

Sei que estou me repetindo, mas não custa lembrar: adoramos ouvir suas histórias e saber mais sobre vocês, tanto em relação à experiência com a Bungie quanto em assuntos além dela. Obrigada por ser você e nunca pare de mostrar ao mundo sua Luz interior, porque ela brilha tanto que eu poderia jurar que os faróis foram acesos e Gondor pede ajuda.  

Antes de partir em suas próprias aventuras, não se esqueça de conferir o Comunidade em Foco da semana passada, que destaca o talento maravilhoso de Knitehawk

Até semana que vem, peguem vitamina D, detonem seus objetivos pessoais e não se esqueçam de se hidratar! Até breve.  
 

"É melhor eu ir", 
<3 Hippy 

Um agradecimento especial a Elizabeth Woolner, do Unsplash, pela fotografia

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